14 de setembro de 2012

Perto Do Coração Selvagem - Clarice Lispector

Perto Do Coração SelvagemPerto Do Coração Selvagem - Clarice Lispector
Edição: 1
Editora: Rocco
ISBN: 8532508103
Ano: 1998
Páginas: 210A amoralidade diante da maldade. O instinto na condução da trama, com uma certa dose de automartírio. A história de Joana — não a Virgem d’Orleans, mas a personagem de Clarice Lispector nesta obra de estréia, marcou a ficção brasileira em 1944. A narrativa inovadora (ainda hoje) provocou frisson nos círculos literários. A técnica de Clarice Lispector funde subjetividade com objetividade, alterna os focos literários e o tempo cronológico dá lugar ao psicológico (o presente entremeado ao intermitente flashback).A leitura é caleidoscópica. A protagonista ora tem uma cor, ora outra, conforme o momento ("real" ou onírico). As cores dançam no enredo misturado ao cenário e às sensações da menina-mulher-amante. Joana desfila na vida dos outros personagens, destilando o veneno de víbora, instilado com ironia e respostas cruéis diante dos fatos. A leitura também é lúdica, quando o leitor tenta adivinhar o que a autora preparou páginas adiante e se surpreende com o que presencia. O livro, como os demais títulos de Clarice Lispector relançados pela Rocco, recebeu novo tratamento gráfico e passou por rigorosa revisão de texto, feita pela especialista em crítica textual Marlene Gomes Mendes, baseada em sua primeira edição.

Acabei de ler ontem perto do Coração Selvagem de Clarice Lispector, que é um livro que eu amei e entrou para livro favorito no skoob.

Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome.

Vira e mexe eu encontro essa frase pelas redes sociais, seja para comemorar o dia da liberdade de expressão ou o dia do orgulho gay, já vi inúmeras montagens com essa frase, e já sabia a quem pertencia, a diva Clarice Lispector, que com apenas 16 anos escreveu sua primeira obra Perto do Coração Selvagem, que conta a história de Joana uma garota que perde os pais e vai morar com a tia, e em um paralelo de capítulos fica entra seu presente já casada com Otavio e seu passado/infância que vamos descobrindo mais sobre Joana.

Como fluxo de pensamento é algo bastante marcante nas obras de Clarice nesse livro eu percebi bem mais frequente do que em A Hora da Estrela, onde apenas se via no início, nesse romance que é o primeiro de sua vida, vamos conhecer Joana, que até agora estou procurando de que parte do Brasil ela pertence, pois eles falam “guria”, mas tem praia, meio confuso.

Mas detalhes fúteis a parte, o que é incrível perceber neste livro é a forma que a Clarice consegue de maneira única sugar os leitores para vida dos personagens que acabam quebrando limites entre ficção e realidade, pois eu falava para meus amigo, “ Deixe eu ver Joana, que vou lhe usar” kkkk’, mas é bem assim mesmo você não consegue largar o livro é algo muito viciante, e se você perde o entendimento de uma única coisa lasca tudo e não vai fazer sentido mais tarde.

Não sei por que mais sinto que os livros de Lispector são biográficos ou coisa do tipo, pois Joana e Macabéa perdem os pais e são criadas pelas tias, como não acredito em coincidência, acredito em algo assim, assumo só sei de Lispector o que li no Wikipédia, mas essa relação de perda é sempre existente nas obras de Lispector seja essas perdas matérias ou ate mesmo sentimentos, em Perto do Coração Selvagem a busca de Joana é pela felicidade, e diferente do que é colocado nas redes sócias, o sentido de uma frase lida sem um contexto é uma coisa simples, mas quando lida em um contexto da vida de Joana é simplesmente devastador.

A liberdade que às vezes sentia não vinha de reflexões nítidas, mas de um estado como feito de percepções por demais orgânicas para serem formuladas em pensamentos. Às vezes no fundo da sensação tremulava uma ideia que lhe dava leve consciência de sua espécie e de sua cor.

E essa busca por algum sentido ou alguma vontade de viver era a vida de Joana que tem uma mente seriamente perturbada, pelo menos eu não a achei normal, mas quem sou para ditar o que seria norma? Ninguém, mas senti que Joana era muito fria, mesmo com seus motivos.

O livro é narrado em terceira pessoa como a grande maioria dos romances e contos de Clarice, mas tem alguns verbos que estão em primeira pessoa que me fazia voltar com a leitura e eu “opa não entendi”, mas é assim mesmo, cada parágrafo rende 3 frases para você colocar no UOL pensador, mas saiba que Clarice vai muito alem do que se coloca em redes sócias.

Então é claro que eu super-recomendo o livro da diva porque é Clarice, sou muito fã de tudo que ela escreve então, leiam e se divirtam com alguns sarcasmos....

Nota 5rosas

Um comentário:

  1. Eu amo as frases da Lispector, infelizmente nunca li um livro dela, mas quem sabe, afinal ela é mesmo diva!
    amei a resenha *-*
    beijoos

    http://leitorapaixonada19.blogspot.com.br

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