20 de julho de 2012

A Hora da Estrela


A história da nordestina Macabéa é contada passo a passo por seu autor, o escritor Rodrigo S.M. (um alter-ego de Clarice Lispector), de um modo que os leitores acompanhem o seu processo de criação. À medida que mostra esta alagoana, órfã de pai e mãe, criada por uma tia, desprovida de qualquer encanto, incapaz de comunicar-se com os outros, ele conhece um pouco mais sua própria identidade. A descrição do dia-a-dia de Macabéa na cidade do Rio de Janeiro como datilógrafa, o namoro com Olímpico de Jesus, seu relacionamento com o patrão e com a colega Glória e o encontro final com a cartomante estão sempre acompanhados por convites constantes ao leitor para ver com o autor de que matéria é feita a vida de um ser humano.
As terças feiras vai rolar resenhas de livros que eu li há bastante tempo, as sextas vai rolar resenhas de livros que eu li recentemente.
Então o ultimo livro que eu li foi: A hora da estrela da linda Clarice Lispector.
Como agora se tornou um habito depois que comecei a produzir resenhas dos livros estou fazendo vários históricos de leitura do livro... E estou analisando cada comentário para ver ser minhas impressões mudaram quando cheguei no final do livro.
Esse foi o romance ou conto, que teve o maior Apresentação que eu já li, ocupando 18/88 paginas, os ótimos comentários de  Clarisse Fukelman, Professora de Literatura Brasileira da Pontifícia, da Universidade Católica do Rio de Janeiro. (que eu recomendo ler no final, pois ela da bastantes spoiler do livro.)
Quando acaba a apresentação começam os agradecimentos do autor ou melhor de Clarice Lispector, pois ela escreveu como se fosse uma outra pessoa, Rodrigo S. M. o “verdadeiro” autor do livro.
Que inicia com vários questionamentos e colocações que eu considero insignificantes para história, mas de suma importância para um crescimento individual o livro, propriamente dito começa com:

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.
Que ninguém se engane, só consigo a simplicidade através de muito trabalho. Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever.
  
Ele (o autor) vai começar a enrolar o leitor com vários motivos que ele escreve sobre a pobre e feia nordestina, Macabéa, e de como sua vida vai se cruzar com a de Macabéa, uma nordestina que vive no Rio de Janeiro fora de seu universo social.
Macabéa pobre de todos as maneira começa a ter conhecimento da palavra que em sua vida vai lhe privar da inocência pré existente, e quando ela a descobre começa a se questionar o por que das coisas e suas existência, mas diferente de uma criança que ainda esta aprendendo, Macabéa já viveu tempo suficiente para entender mas além que um  criança, e isso acaba causando um conflito consigo.
Achei bastante interessante a forma que Clarice escreve e propõem as coisas e elas simplesmente acontecem, os efeitos sonoros em algumas partes deixando o livro único em estilo, que é bem a proposta da autora.

Agora (explosão) em rapidíssimos traços desenharei a vida pregressa da moça até o momento de espelho do banheiro.


Quando do autor verdadeiramente vai escrevendo ele também vai enrolando e a historia nunca que começa cousando uma certa aflição no leito, e junto com esse sentimento de COMEÇA LOGO, ele coloca:

Esqueci de dizer que tudo o que estou agora escrevendo é acompanhado pelo rufar enfático de um tambor batido por um soldado. No instante mesmo em que eu começar a história – de súbito cessará o tambor.

E acreditem eu escutei. :)
Gosto de quando o autor conversa com o leito, isso é  bem cara do Machado de Assis que mesmo escrevendo em terceira pessoa ele faz perguntas ao leitor ou faz propostas de onde verdadeiramente sua atenção tem que esta voltado e Clarice merece os parabéns por fazer isso, pois são poucos os autores que tem coragem de fazer isso e muito poucos que dão certo...
Estou escrevendo essa resenha morrendo de medo de dar Spoiler, mas chego ao fim dizendo que todo mundo deveria ler A Hora da Estrela, é um livro bastante complexo, apesar de pequena, que trava com reflexões cotidianas, mas que muitas vezes acabam se tornando desprezíveis aos nossos olhos, mas quando verdadeiramente analisamos, vemos o quão complexo é a nossa necessidade de respostas. E terminou essa resenha com uma frase que esta quase no final do livro que resume toda a sensação que se sente quando chegamos lá:

(...) levem um soco no estômago para ver se é bom. A vida é um soco no estômago. (...)
(...) Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos.

Sim. 

Então Hora da Estrela quem ainda não leu, saiba que esse livro necessita de preparação para muita filosofia. Então tome cuidado, pois quando travar não desista, isso significa que você pode ainda não esta pronto. Como Falei TODOS DEVERIAM TER A OBRIGAÇÃO DE LER A HORA DA ESTRELA.
Por Favor Comentem :)

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