Faz tempo que o Brasil tenta
se firmar como um país de leitores. Digo isso porque uma vez ou outra aparecem livros
que arrastam uma multidão de leitores. Não que isso seja ruim, até porque eu
mesma fui enredada por VÁRIAS sagas, como Harry Potter, Desventuras em Série, Jogos
Vorazes, etc.
Resolvi então falar da bola
da vez, que é a trilogia composta pelos volumes “50 Tons de Cinza”, “50 Tons de
Escuridão” e “50 Tons de Liberdade”, um verdadeiro fenômeno literário, que teve
40 milhões de livros vendidos em poucos meses.
A saga conta a história do
jovem casal composto pela curiosa, romântica e inexperiente Anastásia Steele e
o milionário e sexy Christian Grey, que muitos consideram um conto de fadas do
século XXI, já que além de abordar sobre amor, trata de maneira escrachada a
busca pelo prazer, e o sexo ligado a práticas não convencionais, no caso, o
BDSM. Talvez a curiosidade aliada a maior liberdade do nosso tempo seja o
grande motor do sucesso dessa trilogia que já causa polêmica, a ponto de uma
decisão judicial resultar no recolhimento de volumes expostos em uma livraria
em Macaé (RJ).
O juiz Raphael Baddinino,
da Segunda Vara de Família, da Infância, da Juventude e do Idoso, que proferiu
tal decisão, alegou que a mesma estaria de acordo com o artigo 78 do Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA), o qual diz que “revistas e publicações
contendo material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser
comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo”.
Por sua vez, a livraria
recorreu, e teve os livros devolvidos, pois alegaram que o lacre é de
responsabilidade da editora. O caso ainda não teve resolução.
Todavia, a decisão não diz
respeito somente a trilogia de E. L. James, apesar de ser a mais citada pelo
Juiz (e ter sido com certeza a causadora da abertura do processo), mas sim a
toda a qualquer publicação que possa ser considerada inadequada e/ou imprópria.
Eis que chegamos onde eu
queria.
Em um famosa livraria de Belém, faz uns dois anos, quando eu perguntei onde eu poderia encontrar o livro “Falsa
Submissão”*, fui direcionada a uma estante escondida e bem empoeirada da loja,
onde infelizmente, além de não encontrar o título que procurava, constatei não
haver uma diversidade de obras direcionadas para este público, ou tema. Somente
haviam 3 versões do Kama Sutra e o livro da Bruna Surfistinha na prateleira.
Na minha sincera opinião, o
maior mérito da trilogia de “50 tons de cinza”, foi o de trazer excelentes
obras “pôrno-literárias” à público,
principalmente aqui no Brasil.
Hoje me deparo com novas edições
de grandes obras consideradas eróticas nas livrarias. As pessoas se libertaram,
e sem medo de parecer vulgares, folheiam livros considerados de leitura pornográfica
nas livrarias, e os levam para casa sem aquela ideia de escondê-lo em gavetas,
e os colocam orgulhosos em suas prateleiras.
É como eu sempre digo, bons
livros, são sempre bons livros. Não importa se tratam de jardinagem ou sexo. Se
te tocam de algum jeito, se te enredam, se te apaixonam, são bons livros. Nem
que seja só pra você.
Em nosso país, apesar de
existirem excelentes obras consideradas “pornô-literárias” ou eróticas, não
existia o costume de as por em prateleiras acessíveis (para não dizer
visíveis). Livros como “A casa dos Budas Ditosos”, de João Ubaldo Ribeiro, “A Filosofia
na Alcova”, do Marquês de Sade, “História do Olho”, de Georges Bataille, “A História de O”, de Anne Desclos, entre tantos outros que agora se exibem chamativos nas
prateleiras das livrarias por todo país. Isso sem falar nos novos títulos que
estão sendo lançados, como a trilogia da autora Sylvia Day, que se
inicia com “Toda Sua” e também já é sucesso.
De fato, a linguagem
erótica, principalmente a sem eufemismos, às vezes assusta, porém depois, se
você se permite enredar pela história contada, o vocabulário deixa de incomodar
e passa a desencadear reações bem diferentes e interessantes.
A despeito de toda as
críticas contras ou a favor desse afloramento de obras de cunho sexual, não se
pode esquecer que a literatura pode ser vista como um compêndio de experiências
humanas e mundos criados ou baseados na vida real.
Finalmente, as pessoas
estão descobrindo obras muito interessantes e excitantes, capazes de despertar
através das palavras o mais diverso tipo de orgasmos e gozos.
Estudos apontam que ler
pornografia, de preferência de boa qualidade, ajuda a estimular a libido e as
fantasias. E sexo faz bem pra saúde, não é mesmo? Sendo assim, o que você está
esperando? Se liberte e vá ler um livro!
Beijinhos e até a próxima!
* OBS: Esse livro, que também está na moda agora, mas foi
lançado em 1994.
Li e recomendo!
Bem vinda ao blog, adorei sua resenha inaugural...
ResponderExcluir<3
Muito bom o texto. Apesar de achar desnecessário retirar os livros da livraria, mas concordo no caso de deixar o livro sem lacre. Muitas crianças podem chegar no estabelecimento, abrir e ler um conteúdo que é inapropriado. Parabéns e bem vinda
ResponderExcluirObrigada!
ExcluirBom, muito bom o texto!
ResponderExcluirConcordo plenamente "que ler pornografia, de preferência de boa qualidade, ajuda a estimular a libido e as fantasias.". :X
Hahahahahahha
Beijo. Beijo.
hauhauahuahauahu essa Janynne sempre me diverte xD
ExcluirAdorei seu texto inaugural, Thais :*
ResponderExcluirLeve e direto, sem mi.mi.mi's e chatices.
Concordo que esse boom de literoporno tem seu lado positivo, mas acho absurdo dizerem que a coisa está começando agora por aqui (como vc bem disso).
João Ubaldo Ribeiro já me divertiu muito na adolescência pra dizerem que 50 tons está chegando pra mudar a literatura brasileira ¬¬'
Bjinhos :*
"Leve e direto, sem mi.mi.mi's e chatices."
ExcluirObrigada!
Espero seguir nessa linha.
^__^
Primeiramente, parabéns aos dois pelo blog!!
ResponderExcluirGostei do texto, Thais. E uma parte que me divertiu muito foi "os levam para casa sem aquela ideia de escondê-lo em gavetas, e os colocam orgulhosos em suas prateleiras" super me lembrou o Elder xD (se bem que eu acho que ele nunca teve vergonha hsuahsuahsu).
Assim, eu não li nenhum livro do gênero literopornô até agora.. o primeiro foi 50 tons que achei chato pra caramba ;-; fiquei receosa de encarar outros livros. Mas pretendo dar uma chance para "A Casa dos Budas Ditosos", que já foi muito bem recomendado pelo Elder e pela Fernandinha.
Abraços!
Obrigada, Ju!
ExcluirPode contar com mais uma super recomendação de "A Casa dos Budas Ditosos", é uma história envolvente, que me fez rir MUITO e ao mesmo tempo me deixava...como posso dizer...com calores. rsrs
Beijinhos!