Em 2009, foi leiloado em Londres um exemplar da primeira edição do livro
“A Origem das Espécies”, de Charles Darwin, que revolucionou as ciências
naturais e o pensamento moderno. Todavia, o mais interessante foi a procedência
de tal raridade: a estante do banheiro de uma família britânica.
A existência de uma estante mostra que ler no banheiro era um hábito
dessa família, assim como é um hábito para muitas pessoas.
Eu mesma me considero
uma adepta a este hábito, mas de modo controlado. Para o banheiro, elejo
leituras que não me prendam mais do que o tempo suficiente para terminar aquilo
que fui fazer (rsrs).
Mas essa é a verdade: há quem não consiga realizar a “tarefa” corretamente sem passar os olhos
em algum jornal, revista, ou até mesmo nas espirituosas mensagens escritas nas
portas dos banheiros.
Tem gente até que as
coleciona!
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de http://olhacagada.tumblr.com/ |
O fato é, apesar de um lugar inusitado, querendo ou não, o
banheiro reúne algumas condições importantes para quem quer ler em paz: é um
local quieto, isolado, onde a leitura dificilmente será interrompida.
Interessada em lucrar com tal hábito, uma fábrica desenvolveu
um assento de privada especial para leitura.
Os clientes da empresa
Leroy Merlin eram questionados sobre o que procuravam quando iam comprar um
assento de privada. O levantamento constatou que 33% dos 174 entrevistados
tinham o hábito de ler “no trono”. Alguns inclusive afirmaram que iam ao
banheiro só para ler!
Os assentos
confortáveis existentes até então no mercado não tinham um mecanismo para
impedir a entrada de umidade, que é a grande responsável pela proliferação de
fungos e bactérias, que por usa vez, facilitam o surgimento da hemorroida, por
exemplo.
Em contra partida, Ron Shaoul ,
médico especialista em gastroenterologia pediátrica, que trabalha
Bnai Zion Medical Center, em Haifa, Israel, que efetuou uma
investigação mais profunda sobre este hábito que remonta ao
surgimento dos livros impressos, constatou o seguinte: os leitores de
banheiro passam mais tempo no local e se consideram
menos constipados do que não-leitores de banheiro.
O trabalho de Shaoul
também sugere que os leitores de banheiro sofrem mais de hemorróidas , mas o
efeito é insignificante, estando a doença mais ligada a outras práticas
individuais dos entrevistados, do que ao próprio hábito da leitura no banheiro.
A novidade do momento
para quem cultiva (ou não) tal hábito é o papel higiênico literário.
Koji Suzuki, considerado por muitos como o Stephen King japonês, autor do livro "The Ring - O Aviso, conseguiu convencer uma empresa de papel higinénico a publicar o seu próximo conto.
O livro chama-se
"Drop" e conta a história de um terrível espírito que vive adivinha
aonde?! Em um banheiro!
Embarcando nessa ideia,
uma empresa espanhola lançou rolos de papel com clássicos literários de domínio
público, pelos quais não é preciso pagar direitos autorais.
Os rolos custam 3,70
euros (cerca de R$ 9,8) cada. Estando disponíveis nas cores branco, laranja e
rosa, feitos de uma celulose mais resistente.
São usadas letras grandes com espaço entre as palavras para que seja uma
leitura fácil e relaxante.
Gostou da ideia?
Deixando de lado os
problemas que este hábito pode ou não causar, ler no banheiro é algo que muitos
de nós fazemos. Nem que seja lendo a bula de shampoo ou do produto mais perto
de nós que esteja no banheiro, porque no fundo, ninguém curte ficar pensando no
ato de defecar.
É, caros leitores, ao que parece, sobre
este hábito, ainda vamos ler muito (no banheiro, ou não).
Até breve!